sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mais um bocadinho de Rapa Nui...

Os dias de tour com o Jhonny foram intensos, mas os outros nao foram menos, embora a um ritmo diferente.
Consegui, depois de lá ir duas vezes, ver o museu da ilha na totalidade...posso dizer que o museu é apenas uma sala, mas como consegui chegar sempre tarde, tive de dividir a visita em dois!

Nesses dias, acabei por aceitar a generosa oferta do Jhonny para dormir em casa da filha dele, que estava desocupada, e que fica ao lado da casa dele, onde na verdade acabei por passar a maior parte do tempo!
Nao consegui ter tempo para artesanatos, nem lojas...acabei por gastar os ultimos dois dias a correr entre o museu, a cidade de Hanga Roa, Orongo e a revisitar a pedra cósmica para testar a teoria de que bússula ali nao funciona( e nao é que é mesmo verdade!? Poe-se louca!!), e regressar a Hanga Oteo, onde jantámos mais uma vez na cabana do Jhonny.

Orongo é um dos ex-libris da ilha! Só consegui chegar lá ao fim do dia, para ver o por do sol e tirar umas fotos muito a correr, mas a sensaçao de estar no local onde esta vila cerimonial do tempo do Homem pássaro (Tangata Manu) se desenvolveu, é algo mais uma vez inexplicável.
A cratera do vulcao está separada do oceano pacífico apenas por uma parede, que está já um pouco derrubada...Consegue-se ver o oceano e o lago no interior da cratera quase sem separaçao fisica, e lá no cimo, num dos lados da borda da cratera, entre o oceano e o vazio da cratera, nasceu esta vila, cujo objectivo era acolher os "chamans" desta altura para assistir à competiçao dos homens que iam a nadar até ás ilhas pequenas, onde estavam os pássaros Manú, que vinham para nidificar anualmente, e depois regressar com um ovo intacto através do mar, que nessa época de ano continha tubaroes e fortes correntes! Só imaginar já é algo de impacto, mas ver...bem...só vos digo para verem a foto e calcularem o nível de exigência desta prova para seleccionar o novo rei da ilha. Esta foi uma fase posterior á dos Moais que representavam os antepassados e que existiam e todos os clas, sendo que cada cla governava uma parte da ilha, que estava totalmente recortada e dividida. O culto a Tangata Manu durou cerca de três séculos, até à chegada dos navegadores europeus. Huuum, andei a ler bem os textos do museu!! valeu a pena ir lá duas vezes!!

O povo da ilha, claramente veio dos polinésios, e têm todos traços fortes e expressoes cerradas que se abrem em sorrisos após uma palavra, mas até lá, percebe-se bem de onde vem a expressao que os Moais têm! Há flores por todo o lado e as mulheres enfeitam-se com elas e usam-nas em colares para receber os familiares e amigos que chegam à ilha. O corpo de cores castanhas exibe-se sem problemas e com roupas coloridas e despreocupadas. Anda-se de mota para todo o lado e a cidade tem um ar pobre, e onde se vê que nenhum investimento foi feito por parte dos chilenos que governam a ilha...nao admira que os Rapa Nui se queiram libertar e unir ao triângulo do pacífico!! Os preços sao caros comparando com os do Chile no continente, e á chegada e partida no aviao, vêm-se muitas geleiras daquelas de levar para a praia ou para o pic-nic, levando-me a crer que tentam sempre a trazer produtos mais baratos do continente.

Conclusao, a viagem foi curta, e infelizmente acabou rápido, mas fica a sensaçao de que apesar de pequena, é uma ilha intensa, cheia de segredos e forças sobrenaturais em que todos os locais acreditam, mas acima de tudo, com paisagens naturais lindíssimas onde se tem constantemente a sensaçao de estar isolado no meio de um oceano imenso no centro do mundo. É um pequeno paraíso e eu sinto-me feliz por ter tido a oportunidade de lá ir! Mas da próxima, pelo menos 7 dias!! :P

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